Pesquisa de marketing e Opinião

" A função de um pesquisador de marketing deve incluir aptidões de consultor, proficiência técnica e gerenciamento sólido.Seu maior objetivo é proporcionar informações capazes de identificar problemas e soluções de marketing de maneira a permitir que se efetuem as ações adequadas" Ron Tatham.

Boca-a-boca online e opinião de amigos são propagandas mais confiáveis




O boca-a-boca online, junto às sugestões de amigos, são as formas de propaganda que atraem mais confiança no mundo, segundo estudo da empresa que mede audiência na internet Nielsen Online, divulgado nesta quarta-feira (15/7).

A pesquisa mostra que, enquanto 90% dos usuários de internet no mundo confiam em sugestões de amigos antes de fazer uma compra, 70% recorrem à opinião de outros consumidores divulgada online.


A mesma porcentagem (70%) de usuários pelo mundo que confiam em opiniões na web também confiam nos sites oficiais da marca de um produto, o que mostra o alcance da mídia gerada pelo consumidor.


Há diferenças regionais entre os 50 países pesquisados, segundo o Nielsen Online. No Brasil, a taxa de confiança em opiniões na internet é menor, de 60%. Os brasileiros confiam um pouco mais na opinião dos amigos - 93% - e também nos sites das marcas (79%).


Quando se trata de anúncios que aparecem em ferramentas de buscas, 62% dos brasileiros confiam neles, número superior aos 41% registrados no resto do mundo.


Os brasileiros também confiam mais em anúncios de vídeo online – 54% contra 37% da média mundial. Outra mídia que os consumidores do Brasil dão mais crédito são os banners online, sendo 51% confiando neste formato – no mundo, a média é de 33%. A publicidade no celular também é mais popular no País, tendo a confiança de 36% dos brasileiros, contra 24% do mundo.


O estudo foi realizado entre 19 de março e 2 de abril de 2009 com 25.420 consumidores de internet em 50 países.
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Aprendendo a gerenciar com o Circo.



Uma das minhas maiores inquietações em meu processo de crescimento profissional é aprender como fazer, trabalhar e gerenciar uma empresa da maneira mais correta possível.
Sonho com uma empresa “dos sonhos” e busco incessantemente exemplos de sucesso... lendo esses dias uma matéria meio que por acaso, eis que uma boa referência vem de um Circo...parece brincadeira você dizer a alguém que sua empresa “dos sonhos” seja parecida com um Circo. Mas pode acreditar, porque o Cirque Du Soleil, que já me impressiona como espetáculo também agora, me surpreende como empresa.

Veja a matéria:

Assim como é marca registrada da trupe, os artistas pulam, muitas vezes de alturas assustadoras, se contorcem, giram e rodopiam. Parece mágica, mas é o resultado de uma bem pensada estratégia e gestão de pessoas que pode servir de exemplo e inspiração para profissionais de todas as áreas.

Ao todo, a empresa, com sede no Canadá, mais precisamente em Québec, emprega mais de 3 mil pessoas em tempo integral em todo o mundo, entre artistas, artesãos, técnicos e gerentes.

O segredo está na aplicação de métodos simples usados para estimular a criatividade dos funcionários e para obter os melhores resultados. Parte dessa estratégia é explicada no livro Cirque Du Soleil - A reinvenção do espetáculo, publicado no Brasil pela editora Campus.

1) Nunca tente resolver o problema sem saber qual é
Na pré-estreia do espetáculo Kà em Las Vegas, poucos minutos antes do início da apresentação, os elevadores do palco não estavam funcionando. Então a equipe inteira foi passando a lista de verificação ponto a ponto e, em poucos minutos, o problema foi resolvido: uma falha no computador. Um protocolo rígido evitou que a equipe tentasse consertar o sistema hidráulico todo, em vez de só o computador que o administra.

2) Nunca perca de vista a razão de ser do trabalho
Você e o seu trabalho são especiais! Para pensar assim, é preciso não perder a ligação com o produto final, que, no caso do Cirque, são os shows. Segundo os diretores da empresa, todos fazem parte daquilo que acontece no palco, e é importante lembrar às pessoas que, qualquer que seja a sua função no Cirque Du Soleil - sejam acrobatas ou contadores -, é por esses shows que elas fazem o que fazem. Isso ajuda a manter a motivação da equipe. Por isso periodicamente qualquer funcionário é convidado a assistir ensaios ou espetáculos para não se esquecer pelo que estão trabalhando.

3) Enxergue oportunidades nos erros ou contratempos
Um acidente não passa de uma oportunidade disfarçada para sermos criativos. A resposta foi dada por uma ginasta americana que fazia a primeira entrevista para uma vaga no Cirque. Perguntada sobre qual tinha sido seu maior constrangimento, ela respondeu que foi quando sua malha rasgou quase até a axila bem no meio da apresentação. Quando ela completou o exercício, estendeu os braços e abriu o maior sorriso que conseguiu e recebeu uma das maiores notas da sua carreira.

4) Aprenda a sair da zona de conforto
Para ser aprovado no Cirque, passa-se por testes que incluem tarefas inusitadas, como escalar uma corda e lá no alto cantar uma música. Os candidatos, a maioria atletas, reagem no início. Estão habituados a seguir as regras, a obedecer ordens, e essas "brincadeiras" servem para ajudá-los a sair da zona de conforto, a experimentar algo diferente e a se expressarem. Para a empresa, criatividade tem a ver antes de tudo com coragem - a disposição para correr riscos, experimentar coisas novas e compartilhar as experiências com os outros. "A determinação de nos mantermos na nossa zona de conforto é tão grande que aprendemos a conviver até com a decepção, se ela for um terreno familiar em que nos sentimos protegidos", diz Frank, personagem do livro.


5) Transforme idéias em realidade
Uma espécie de polinização cruzada é um dos segredos do extraordinário frescor e vitalidade do Cirque. Ou seja, todos os membros utilizam todas as influências externas possíveis, de praticamente todos os campos da atividade humana - pintura, cinema, música, para colaborar com ideias. E as sugestões são discutidas entre todos até o ponto de ninguém mais saber de quem foi a autoria. O segredo para transformar isso nos belos espetáculos é algo que todo profissional conhece bem: prazo. "Sem ele a mente perde o foco e por outro lado estimula a mente a produzir ideias malucas que nunca viriam à tona de outro modo."

6) Tome cuidado com a burocracia
Com restrições em excesso, você para de pensar no que pode fazer e começa a pensar no que não dá para fazer.

7) Trabalhe tão duro quanto a sua equipe
É preciso dar duro exatamente como se exige dos funcionários. Em todos os ramos, ninguém trabalha mais do que o patrão. Outra técnica para manter a motivação da equipe, empregada por uma das diretoras artísticas, é entregar para cada artista, no fim de cada espetáculo, anotações sobre detalhes - o que deu certo, o que não deu, o que está melhorando -, assim eles sabem que estão prestando atenção neles e que seu trabalho foi reconhecido.

8) Não abra exceções
No Cirque, para garantir os malabarismos há um árduo trabalho prévio que envolve transformar as idéias em realidade, desenvolver a técnica e a tecnologia e garantir que o público não perceba tudo o que está por trás. Não pode haver a menor concessão em relação à segurança, nem a menor concessão com a aparência, pois disso depende a vida dos artistas e os resultados do show. Os artistas precisam ter condições de executar os truques mais inacreditáveis do mundo, mas sem se colocarem em perigo jamais. É isso que os obriga a serem criativos, a encontrarem novas formas de não perderem de vista nenhum dos dois aspectos. Sem dramas, dá para transportar essa visão para sua empresa, não?

9) Não coloque a culpa em ninguém
O desenvolvimento de uma estrutura que ofereça segurança e também encante o público leva cerca de dois anos e consome milhões de dólares. Tal investimento é para garantir que não haja incidentes nos treinos e espetáculos. Quando acontece algum incidente - apenas alguns, segundo o Cirque - uma investigação minuciosa é realizada para checar as causas e em quase todos é apontado erro humano, como um cinto de segurança mal fixado ou um erro nos procedimentos. Ainda assim, não se culpa o artista. "Significa que o projeto não foi simples o suficiente, ou o treinamento não foi bom o bastante, ou não foi dito o suficiente para sempre verificar a condição do cinto de segurança", diz um dos responsáveis pelos projetos.

10) Encontre o equilíbrio
Quando o personagem que faz uma imersão no Cirque Du Soleil precisa passar pelos mesmos testes pelos quais passam todos os candidatos, ele não imagina que conseguiria fazer malabarismos sem nenhum treino específico anterior. Alguns números parecem demandar extrema força humana, mas apesar de dedicação, os artistas do Cirque Du Soleil são pessoas sem habilidades extraordinárias ou mutantes. A lição aqui é: é preciso pouco esforço quando as atividades são realizadas com o devido equilíbrio e no tempo correto.

Fonte: Site www.terra.com.br
Quinta, 18 de junho de 2009
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O que falta no marketing é o relacionamento...

Pensando no que estaria errado nos usuais formatos de marketing do nosso mercado, e o que tanto nos leva a essa "dança das cadeiras" dos clientes, sempre de agência em agência, resolvi investigar se não falta um pouco de contato nisso tudo, se não falta saber pra quem se fala e não simplesmente falar pra quem ta por perto ouvir. Conhecer, de fato, o cliente.
A gritaria do varejo incomoda e nem sempre é eficiente. Mas, o que fazer pra mudar? Esse é um dos grandes desafios. O texto selecionado nos leva a uma boa reflexão do cenário atual, e se não servir pra mudar o mundo, pelo menos é uma leitura interessante.


Assunto: ESTRATÉGIAS DE MARKETING E VENDA PARA O VAREJO

Depois de estudar por seis meses as estratégias de negócios de 83 companhias que respondem por dois terços das vendas dos supermercados no mercado americano, o autor Brian Woolf concluiu: poucas delas realmente conhecem seus clientes. Na maioria dos casos, elas desenvolvem estratégias de comunicação em massa suportada por propaganda e promoção de preços. Como conseqüência, suas margens são cada vez mais baixas, chegando a pouco mais de 2% nos últimos anos. No mercado brasileiro, o cenário não parece ser muito diferente. Os grandes varejistas investem intensivamente em propaganda para atrair as pessoas para suas lojas. Quase sempre o tema da comunicação está relacionado à oferta de produtos que apresentam preços mais baixos do que a concorrência. O resultado dessa estratégia é bastante similar àquele encontrado no mercado americano: taxas de lucratividade que vem caindo nos últimos anos e que em 2005 atingiram o montante de 1,7%. Com o objetivo de melhorar o crescimento nas taxas de lucratividade, alguns varejistas já substituem seus programas tradicionais por novas estratégias de marketing. Conforme o caso do varejista Greg Gregerson, CEO da Gregerson´s Foods, apresentado no livro: “Nossos custos tradicionais com propaganda caíram 50% em relação ao ano passado, nossas vendas nas lojas aumentaram 5%, e nosso lucro bruto cresceu mais que um ponto percentual! O Marketing Diferenciado funciona!” Marketing Diferenciado é outro termo usado para destacar o Marketing de Relacionamento. Enquanto o marketing tradicional usualmente empregado no varejo tem como foco atrair o maior número possível de consumidores através da prática da redução de preços das mercadorias aliada ao dispêndio em propaganda massiva, o marketing de relacionamento busca atingir aumento de lucratividade nos negócios a partir da estratégia de diferenciação e relacionamento individualizado com seu público. As limitações do primeiro modelo são aparentes. Primeiramente competir por preço envolve a capacidade da empresa de suportar grandes pressões da concorrência, comprometendo uma expressiva parte dos fluxos de caixa presentes. Segundo, a hipótese de que a maioria dos clientes dos concorrentes vai ser atraída e mantida pelas melhores ofertas de preço, não parece ter respaldo na pesquisa da Veridict Research que diz que 70% das mudanças de consumidores para lojas rivais em 2000 nos EUA foram resultado da má experiência de compra. Isto significa que assim que os preços voltem aos níveis normais, os clientes retornam para as suas marcas preferidas. A propaganda massiva, no mesmo sentido, consome grande parte das margens dos anunciantes com a promessa de atrair mais compradores para as lojas. Os investimentos necessários, porém, precisam ser intensos para a marca se destacar no meio da concorrência dos comercias de televisão, dos anúncios nas revistas e dos outdoors espalhados nas ruas da cidade. E a tendência é que esses custos se tornem cada vez maiores. Enquanto em 1972 o investimento necessário para atingir mil pessoas com propaganda no horário nobre da programação americana era de US$ 1.96, em 2002 este número cresceu para US$ 16.79. É um crescimento de mais de 850%! O marketing de relacionamento, por outro lado, utiliza como ponto de partida o cliente para atingir diferencial competitivo. Como? Tornando os clientes fiéis à marca! O cliente satisfeito compra mais, é mais barato de manter e ainda indica outros potenciais compradores para a companhia. O tratamento diferenciado dos clientes deve ser diretamente proporcional ao seu valor para a marca. Quanto mais importante cada indivíduo for para a empresa, mais benefícios ele receberá. O valor está relacionado à lucratividade gerada pelo cliente ao longo de todo o seu ciclo de relacionamento. Os benefícios, por sua vez, podem ser baseados na dimensão financeira, como descontos na compra de novos produtos; ou na dimensão de serviços, como tratamento diferenciado no caixa, estacionamento VIP e brindes especiais. A premissa básica é que o comportamento diferenciado gera recompensa superior.

Customer Specific Marketing , Brian P. Woolf
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Vamos ao Benchmarking


Os Japoneses têm uma palavra chamada “dantotsu” que significa lutar para tornar-se o "melhor do melhor", com base num processo de alto aprimoramento que consiste em procurar, encontrar e superar os pontos fortes dos concorrentes.
Esse conceito enraizou-se numa nova abordagem de planejamento estratégico. Durante a última década, ele tem produzido resultados impressionantes em companhias como a Xerox, a Ford e a IBM e é conhecido como Benchmarking.
E o que vem a ser Benchmarking?
É uma técnica que consiste em acompanhar processos de organizações concorrentes ou não, que sejam reconhecidas como representantes das melhores práticas administrativas. É um processo de pesquisa, contínuo e sistemático, para avaliar produtos, serviços e métodos de trabalho, com o propósito de melhoramento organizacional, procurando a superioridade competitiva.
Isto é, o Benchmarking consiste na procura de melhores práticas de administração, como forma de ganhar vantagens competitivas. Faz uso de pontos de referências que funcionam em vez de criar algo novo.
O Benchmarking é uma das mais antigas ferramentas de gestão. O seu propósito é estimular e facilitar as mudanças organizacionais e a melhoria de desempenho das organizações através de um processo de aprendizagem. Isto é feito de duas maneiras:
1 – Identificando resultados excelentes, geralmente mensurados através de métricas ou indicadores. Tais resultados servem de estímulo para os esforços de melhoria e dão uma garantia que, através de esforços inteligentes, tais resultados poderão ser igualados.
2 – Identificando as chamadas melhores práticas que, geralmente com alguma adaptação à cultura e às peculiaridades da organização, podem servir de referência para uma mudança que leve a melhores resultados.
O objetivo principal de se fazer Benchmarking é implementar mudanças que levem a melhorias significativas nos produtos e processos da organização e, consequentemente, nos seus resultados. Qualquer organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, de qualquer setor ou porte, pode utilizar o Benchmarking para entender e melhorar os seus processos.

O que Benchmarking é, e o que ele não é (Características)
Ele é...
- Um processo contínuo
- Uma investigação que fornece informações valiosas
- Um processo de aprendizagem com outros
- Um trabalho intensivo, consumidor de tempo, que requer disciplina
- Uma ferramenta viável a qualquer organização e aplicável a qualquer processo

Ele não é...
- Um evento isolado
- Uma investigação que fornece respostas simples e “receitas”
- Cópia, imitação
- Rápido e fácil

Acima, faço uma breve descrição do que vem a ser o Benchmarking, porém, essa é uma ferramenta muito poderosa nas decisões estratégicas das grandes empresas. Sugiro o aprofundamento no assunto e cito abaixo referências para informações mais detalhadas.

Referências
1. Camp, Robert C., Benchmarking O caminho da Qualidade, São Paulo, Pioneira, 1993.
2. Pagliuso, Antônio Tadeu. Benchmarking: Relatório do Comitê Temático, Rio de Janeiro, Qualitymark, 2005.
ISBN 85-7303-551-X
3. BOGAN, Christopher - Benchmarking – Aplicações Práticas e Melhoria Contínua - Makron Books
4. ARAÚJO, Luiz César – Organização, Sistemas e Métodos e as Modernas Ferramentas de Gestão Organizacional – São Paulo, Atlas: 2001
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Eles resistem mais à crise.



O desencadear da crise econômica mundial vem trazendo um dilema para milhões de lares brasileiros, que nos últimos anos, ascendera, socialmente com o aumento de renda e o acesso fácil ao crédito. Eles são a classe C, que hoje responde por mais ou menos um terço do mercado consumidor do País, do produto básico a habitação.

O que se tornou alvo de estudo foi o comportamento classe C frente à crise. Abaixo, descrevo parcialmente uma reportagem da revista EXAME, publicando pesquisa inédita do instituto Data Popular, feita sob encomenda para a agência de publicidade McCann Erickson, sobre mudanças comportamentais que, pelo menos até o final do ano passado, vinham embalando novos desejos da classe C.

A pesquisa mostra que o consumidor emergente passou a almejar desde o serviço de TV a cabo até a lipoaspiração. "Existe uma mudança cultural, mais do que econômica. São novos valores que influem no padrão de consumo", diz Aloísio Pinto, vice-presidente de planejamento da McCann Erickson. Eles experimentaram as delícias do consumo e se transformaram no grande motor do mercado doméstico. Agora, temem que um dos mais devastadores efeitos da crise - o desemprego - paralise seu recém-adquirido acesso a um universo mais amplo de bens e serviços. A crise chega numa hora em que a classe C começava a sofisticar os hábitos de consumo. "A classe C continuará a consumir, mas de uma forma mais racional", diz Marcos Etchegoyen, vice-presidente da Cetelem, financeira do banco BNP Paribas. Mesmo com uma queda de padrão, a classe C, também chamada de classe média baixa, continuaria a ser, por sua magnitude, a melhor aposta de crescimento para as empresas.
O que também colabora para uma maior resistência da classe C frente à crise é sua composição. De acordo com a FGV, 63% da população acima dos 60 anos, faixa etária com mais de 10 milhões de membros, entra nessa classe. Boa parte dela é aposentada e, portanto, tem renda garantida pela Previdência Social. O mesmo raciocínio vale para o funcionalismo público. São 8,2 milhões de servidores federais, estaduais e municipais, com média salarial de 2 000 reais. "Nem toda a classe C é resultado da pujança do setor privado", diz Neri. "Há um importante componente de transferências públicas para essa faixa da população." Isso tem garantido estabilidade à classe C mesmo em anos de altos e baixos.
Mesmo mais resistente, a classe C está longe de ser blindada contra a crise. Embora haja expectativa de retorno gradual do crédito em 2009, a sensação de insegurança com o aumento do desemprego já acertou em cheio as vendas de produtos de valor mais elevado - como já se vê nos setores de carros e de eletroeletrônicos. "Sem otimismo em relação ao futuro, o consumidor não vai se endividar", diz Carvalho, do Ipea. Por outro lado, a construção residencial para a classe média baixa, incentivada por diversas medidas do governo, demonstra mais vigor. A MRV, construtora que atua nessa faixa, vem registrando uma recuperação. "Depois da paralisação dos negócios em setembro e outubro, as vendas vêm aumentando mês a mês", diz Rubens Menin, presidente da MRV. "A ação do governo foi decisiva para manter a atividade do setor, ampliando os recursos para os mutuários." Se o setor imobiliário será um ponto fora da curva em 2009, só o tempo dirá. O certo é que os desejos de consumo da classe C não desaparecerão - só serão adiados. "É isso o que virá depois da crise. O lado positivo é que as empresas terão mais tempo para se preparar", diz Fernando Mazzarolo, presidente da McCann Erickson.

Detalhe interessante da pesquisa

Na PESQUISA da McCann Erickson, foram entrevistadas 508 famílias em cinco capitais brasileiras, com renda entre 1 000 e 2 000 reais. Também foi realizada uma fase qualitativa, na qual equipes da agência passaram uma semana em casas de consumidores emergentes para analisar o estilo de vida. No trabalho, a TV de plasma surge no topo da lista de desejos de 68% das famílias entrevistadas. Em seguida aparece o celular com câmera digital. O computador já é entendido como fundamental na vida das famílias da classe C. Segundo a pesquisa, tecnologia e entretenimento andam juntos, pois proporcionam diversão às crianças dentro de casa. Isso reflete o temor das famílias, sobretudo das que vivem nas periferias das metrópoles, em relação à violência urbana. O mesmo medo faz com que o exterior das casas nesses locais sofra uma espécie de camuflagem. Os executivos da McCann Erickson se surpreenderam ao ver residências recheadas de eletrodomésticos, mas sem pintura externa. "Há o receio de chamar a atenção, de destoar do bairro. Portanto, não adianta querer vender tinta para uma única casa da rua. Tem de ser para o quarteirão inteiro", diz Pinto, coordenador da pesquisa.

Por Fabiane Stefano, Revista EXAME, 22.01.2009
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A batalha no varejo - Como a pesquisa pode ajudar

Repletos de gente e com vendas crescentes, três formatos de loja mostraram em cores fortes a batalha travada no mercado: batalha de preços, expansão das marcas próprias e a canibalização entre canais.
Neste cenário, a indústria brasileira reconhece cada vez mais a relevância das variáveis de trade marketing como in-store mídia, preço, promoção, posição na gôndola, sampling, degustação que, se não bem trabalhadas, criam uma barreira para a marca através da intervenção negativa do shopper.
Os varejistas sabem que precisam trabalhar segmentos de shoppers e de loja, manusear informações de compras, aprimorar a experiência de compra, administrar a percepção dos seus preços e as marcas com seus papéis distintos na loja e na categoria.
Este quadro cria a necessidade crescente de informação sobre o shopper, que é respondida pela pesquisa de ponto de venda. Estes estudos muitas vezes são esforços complementares da indústria e varejo, criando posições de força equivalentes entre os parceiros.
A indústria e o varejo passam a reconhecer juntos, através da pesquisa, o papéis das marcas da indústria e do varejo nas categorias, a otimização de espaço e de vizinhança de categoria, de fluxo de loja, as oportunidades de cross selling, de exposição e mídia, as necessidades por perfil de shopper e missões de compra.
Através do conhecimento, varejo e indústria caminham colaborativos e afastam-se do simplismo da batalha de preços que leva ao fim da inovação e à queda de rentabilidade de todos.

Por Sonia Bittar - economista, pós graduada em História Econômica e pesquisadora especializada em shopper insights
(1) Bibliografia: Store Wars, Judith Corstjens and Marcel Corstjens – The Battle for Mindspace and Shelfspace
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Crise faz pesquisa assumir perfil tático e de curto prazo

Em tempos de bonança, anunciantes e agências de publicidade contratam pesquisas de mercado para entender melhor o consumidor e se antecipar às suas necessidades, traçando tendências.
Agora, em pleno olho do furacão, uma dúvida atormenta os departamentos de marketing e de planejamento: a pesquisa entra na coluna dos custos que devem ser cortados ou dos investimentos que precisam ser mantidos?
Diminuir o orçamento se tornou imperativo em 2009 - mas, se o mercado não cresce e o único jeito de conquistar espaço é tirar cliente da concorrência, menosprezar informação pode ser uma decisão desastrosa.
A saída encontrada pelos anunciantes: pesquisa tática, “sentir o pulso” do consumidor no ponto-de-venda: qual a sua reação a merchandising, às promoções e quanto o preço influencia na decisão de compra. Esse tipo de pesquisa, segundo empresas do setor, chega a custar metade do preço de um estudo sobre tendências, muito mais complexo, que pode envolver levantamentos estatísticos e qualitativos.
"A pesquisa tática se destina a resolver problemas imediatos, algo que ganha muito mais força agora do que os grandes estudos de segmentação, considerados estratégicos para iniciativas de longo prazo", diz Waldyr Pilli, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) e diretor da Larc Pesquisas de Marketing.
E essa tendência não se restringe ao mercado brasileiro. Em todo o mundo, os anunciantes estão à procura de estudos cada vez mais certeiros, que identifiquem com maior fidelidade o perfil do consumidor e quais as melhores mídias para atingi-lo.
Matéria resumida para o blog.
Fonte: Valor Econômico, 16.03.09
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